Após quatro anos, quando questionados novamente sobre a carreira de jornalismo, muitos deles perceberam que a realidade profissional é diferente daquilo que imaginavam ao colocarem os pés nas salas de aula. Alguns desses estudantes, principalmente aqueles que já tiveram alguma experiência profissional, já notaram que para exercer sua profissão, que é reodeada de romantismo, é necessário perder a ingenuidade e desenvolver astúcia e malícia.
Isso envolve uma série de fatores como relacionamentos com as fontes, ética profissional, sigilo de fontes, comprometimento com o jornalismo investigativo e linhas editoriais adotadas pelos meios de comunicação para os quais trabalham.
É também necessário serenidade e paciência na hora de apurar factos e ouvir o máximo de fontes diversificadas sobre uma mesma história. Muitas vezes, na ansiedade e ambição de conseguir um “furo de reportagem”, os jornalistas fazem denúncias sem provas, se escondem atrás de fontes anônimas e substituem os fatos e a argumentação por palavras e expressões de efeito.
Na hora de apurar denúncias é de extrema importância que esta mesma ansiedade e ambição não se sobreponham ao bom senso. Está claro que, além de informar a população sobre fatos do cotidiano, também é obrigação da imprensa levar a público as irregularidades e ilegalidades cometidas por governantes e funcionários públicos. Mas é preciso que as investigações sejam corretas e bem feitas, que as denúncias estejam fundamentadas. Notícia falsa é mentira e publicar mentira é um manipular o cidadão.
Outro conflito que pode vir a existir são as questões éticas. Antes de se empregar em uma empresa é aconselhável descobrir qual a linha editorial que esta mesma segue. Muitas vezes sua postura ética diante determinada situação não é a mesma da empresa, o que pode gerar uma série de conflitos. Por mais que preze-se que os meios de comunicação não tenham que ser nem contra nem a favor de governos e interesses pessoais e sim, a favor de seu leitor, tendências, parcialidades e negócios existem sim na mídia.